terça-feira, 5 de julho de 2011

ONU alerta para alto consumo de drogas prescritas no Brasil

O Relatório Mundial sobre Drogas, lançado nesta quinta-feira pela agência da ONU sobre Drogas e Crime (UNODC), revela que, embora tenha havido uma estabilização no consumo mundial de drogas tradicionais como heroína e cocaína, há uma tendência de aumento no uso não-medicinal de drogas prescritas, inclusive no Brasil.


Internações
O documento aponta que os efeitos nocivos do maior consumo dessas drogas já é notado: nos Estados Unidos, onde há dados mais detalhados sobre o tema, o número de internações relacionadas a opioides prescritos cresceu 460% entre 1998 e 2008 e já supera o de casos ligados a drogas ilícitas.
Entre as pessoas que começaram a usar drogas nos EUA em 2009, 2,2 milhões iniciaram o consumo com analgésicos, número próximo dos que iniciaram o uso com maconha.
O relatório revela ainda um aumento acentuado nas overdoses causadas por opioides prescritos no país: de 4 mil em 2001 para 11 mil em 2006. Segundo o documento, tendências similares são verificadas em outros países.
Outra preocupação apontada pelo documento é a crescente combinação entre drogas lícitas e ilícitas, para acentuar o efeito da droga principal.




Heroína
Além do aumento no uso de drogas prescritas, o Relatório Mundial sobre Drogas aponta estabilização no consumo de heroína na Europa e declínio no uso de cocaína na América do Norte – os principais mercados para essas drogas.
No entanto, houve aumento no uso de cocaína na Europa e na América do Sul na última década e expansão do uso de heroína na África.
O relatório aponta ainda que o plantio de ópio (matéria-prima da heroína) e coca hoje está limitado a poucos países, mas que os índices de produção de heroína e cocaína continuam altos.
Embora 2010 tenha registrado uma queda substancial na produção de ópio, o documento atribui a queda a uma praga que atingiu áreas rurais do Afeganistão, um dos maiores produtores da droga.



terça-feira, 28 de junho de 2011

1. Drogas: Uso e Abuso

Os usuários costumam apontar uma série de razões para justificar o consumo de drogas. Desde que se tenha em mente os efeitos desejados, há drogas para relaxar, levantar o astral, ingerir socialmente, inspirar a criatividade, aumentar o desejo sexual e o prazer, alterar o humor e até para chegar mais perto de Deus e de suas revelações (uso religioso) (Lyman, 1991).
Diversas são as formas de abordar o assunto. Oficialmente, o uso/abuso de drogas é tratado como uma manifestação individual, imoral, patológica e ilegal. A medicina o trata como uma enfermidade; a psicologia o reduz à farmacodependência; a antropologia o considera como uma distorção dos ritos tradicionais e a sociologia o qualifica como anomalia, desvio ou subcultura marginal (Gomez Jara e Mora Hernandez, 1988).




2. Os Tipos de Drogas

As drogas podem ser agrupadas em categorias ou famílias de substâncias conforme os efeitos que são capazes de provocar e as matérias-primas de que são feitas. A tabela 3.1. enumera as principais drogas, as famílias de substâncias a que pertencem e seus lugares de origem.



FAMÍLIAS
PRODUTO
ORIGEM
DATA
ESTIMULANTES
Tabaco
América
?A.C.


       Nicotina
Europa
século XVI


Café
África
? A.C.


       Cafeína
Europa
1829


Coca
América
c. 2500 A.C.


(Erythroxylon coca)






       Cocaína
Alemanha
1858


       Crack
EUA
1980s


Anfetaminas (inibidores de apetite)
Alemanha
1912
DEPRESSIVOS
Álcool
Eurásia/América
? A.C.


Barbitúricos (calmantes)
Alemanha
1903
ALUCINÓGENOS
LSD
Suiça
1938


(Claviceps purpureus)






Peyote
América Central
c. 1000 A.C.


       Mescalina
EUA
1880S


PCP(fenciclidina)
EUA
1959








CANNABIS SATIVA
Maconha/Marijuana
Índia
c. 2000 A.C.
Haxixe
Ásia
?
NARCÓTICOS
Ópio
Índia, Sumeria
c. 2000 A.C.


(Papaver somniferum)






       Morfina
Alemanha
1828


       Heroína
Alemanha
1874
INALANTES
Éter (líquido)
Alemanha
1730


Acetona
Alemanha
1839


Cola de sapateiro






Alcalóide Efedrina
China
c. 3000 A.C.
DESIGNER DRUGS
MDMA (Ecstasy)
Alemanha
1914


Ice
Japão
1980s


China white











Os estimulantes

A família dos estimulantes compreende as drogas que excitam ou estimulam o sistema nervoso central do usuário. As mais comuns são a nicotina, alcalóide encontrado nos produtos feitos de tabaco, e a cafeína, substância estimulante que existe no café, também encontrada em refrigerantes e chás. Ambas são perfeitamente legais e seu uso é aceito em nossa cultura, embora possam gerar problemas de saúde. Estas substâncias são geralmente usadas para fins recreativos, mas seu uso moderado pode aliviar a fadiga.
Também são substâncias estimulantes as anfetaminas, a coca e seus derivados (a cocaína e o crack). Em geral, fazem com que o usuário se sinta mais forte, alerta e decidido sob o seu efeito. Na verdade, as sensações são ilusórias e podem levar o indivíduo a sobrevalorizar suas capacidades físicas e mentais, o que pode lhe provocar sérios danos.
Além do bem-estar e euforia, estas substâncias podem provocar irritabilidade, excitação e perda de apetite. Quando os efeitos se extinguem, o indivíduo pode experimentar uma sensação de exaustão repentina, seguida de dores de cabeça e até paranóia. Dependendo da droga e da personalidade do indivíduo pode ocorrer a dependência química e psíquica do usuário. Este passa então a necessitar de doses cada vez maiores do que as habituais, podendo chegar à morte por overdose.

Os depressivos

São as drogas que deprimem o sistema nervoso central do usuário. São comumente usadas, sob orientação médica ou não, para combater a ansiedade, a irritabilidade, a tensão e a insônia. Assim como as substâncias estimulantes, os depressivos podem levar os usuários a uma situação de dependência e, em alguns casos, à morte. Pertencem a esta categoria o álcool, os tranqüilizantes e os barbitúricos.

Os alucinógenos

São substâncias que alteram mais ou menos profundamente os estados de consciência, a atividade dos sentidos, a percepção do espaço e do tempo e a percepção da própria individualidade e do corpo.
As substâncias alucinógenas podem ser naturais, como o LSD (sigla de dietilamida do ácido lisérgico, um alucinógeno obtido do fundo Claviceps purpureus) e a mescalina (componente psicoativo do Peyote) ou sintéticas, como a fenciclidina, mais conhecida como PCP.

A família da Cannabis





Embora a família da Cannabis seja apresentada aqui como uma categoria à parte, o grupo de substâncias que a ela pertencem são geralmente classificados como alucinógenos.


Pertencem a esta família de substâncias a maconha e o haxixe. A maconha é o nome popular da Cannabis, gênero com três espécies de plantas arbustivas parecidas: Cannabis sativa, Cannabis.